A Bíblia – conjunto dos livros escritos por inspiração divina - condena tanto o comportamento homo afetivo, por ser objetivamente desordenado, como a homofobia.
Homofobia não é uma atitude cristã, porque, seja qual for o comportamento que uma pessoa tenha, Jesus mandou que a amassemos como amamos a nós mesmos (cfr. Marcos 12,31). Jesus ainda disse: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados” (Lucas 6,37). Portanto, Ele pede-nos que amemos a diversidade, que amemos todas as cores do arco-íris humano. Com relação à homossexualidade, é preciso, de princípio, excluir desse grupo aqueles que têm tendências homossexuais, mas se esforçam por superá-las, não fazem elogios públicos delas e procuram recomeçar com humildade após cada recaída. Mais ainda, é próprio dos seguidores de Jesus acolher com amor, respeito, compaixão e delicadeza as mulheres e homens que sofrem desse transtorno. Jamais, de forma nenhuma, devem ser descriminados. A Bíblia revela a imoralidade da prática da homossexualidade na primeira carta que Paulo escreveu aos cristãos de Corinto: "Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus." (I Cor 6,10). A palavra “impuros” foi traduzida da palavra grega “malakoi”. Na época em que Paulo escreveu, todos entendiam essa expressão como referente ao homossexualismo. Basta pesquisar textos extras bíblicos contemporâneos ao Apóstolo da Nações para constatar isso. Já “afeminados”, não seria a tradução correta, já que, de fato, é uma palavra que significa trejeitos femininos; mas isso pode estar presente em pessoas que não são homossexuais. Não condiz com o ensinamento de Paulo condenar ao inferno também estas. Além disso, estaria excluindo as mulheres e discriminando os homens, como se só eles fossem pecadores. Também há de se lembrar que há palavras gregas (e não gregas) que mudam de sentido nas línguas modernas. Por exemplo a expressão “autopsia”: auto (de si mesmo) + opsis (exame); ganhou popularmente o significado indevido de exame médico de um cadáver e assim ficou em diversos idiomas. A palavra correta para designar o exame de um cadáver é necropsia: necro (morte) + opsis (exame). Mais um esclarecimento. Paulo escreve aos Romanos "Deus os entregou de acordo com os desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Amém! Por isso, Deus os entregou às impurezas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam em desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario”(Rom 1,24-27). Ao dizer que “Deus os entregou às impurezas” – descrevendo cruamente o comportamento homossexual - não está afirmando que Deus os rejeitou, mas que, por eles o terem rejeitado, fazendo uma opção livre (“de acordo com os desejos dos seus corações”), ele respeitou essa escolha e os entregou às suas impurezas. Ou seja, a prática do homossexualismo afasta a pessoa de Deus, ela deixa de ser de Deus (como a gulosa também), ela perde a possibilidade de que Deus a salve, ela saiu do âmbito de Deus. Através de Paulo, o Senhor diz-nos, na nossa linguagem humana: “você não quer ficar comigo? Então, eu respeito a sua decisão livre, se afaste, conforme a sua vontade”. Portanto, a revelação divina é clara tanto na condenação da homofobia, quanto da homossexualidade. É isso aí. Embalados pelo amor de Deus, amemo-nos uns aos outros.
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AutorPadre Ricardo Leão HistóricoCategorias
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