Como diz um conhecido proverbio jurídico: “a lei de hoje tornar-se-á o costume de amanhã”. É isso o que estamos vendo acontecer com relação às leis estatais divorcistas. O que se iniciou como instrumento jurídico para garantir – nos casos de anomalia conjugal – a sobrevivência do cônjuge abandonado e frágil, tornou-se uma tendência a considerar como difícil ou impossível a estabilidade e a indissolubilidade do matrimônio. O simples fato de existir uma legislação civil sobre o divórcio, indica que o casamento não é feito para durar, mas é apenas um acordo temporário.
A possibilidade do divórcio cria incentivos à infidelidade conjugal e ao estabelecimento de uniões geradas quase que exclusivamente pelos atrativos sexuais, que podem ser rompidas quando outros apelos se tornam mais fortes e atraentes. Sem menosprezar os problemas econômicos e sociais, além das leis divorcistas a raiz da crise da família se deve também à galopante degradação cultural e moral e religiosa da sociedade, detonada de um modo mais claro e aberto a partir da revolução estudantil de maio de 1968, mas que foi ceivada por fundamentações teóricas anteriores, como as concepções evolucionistas dos neodarwinianas, as teorias psicanalíticas de Freud e as doutrinas sócias de Marx (só para citar algumas mais relevantes). Assim, a família vai sendo destruída pelos frutos da árvore que possui essa raiz: egoísmo no relacionamento, contracepção, fecundação artificial, adultério, falta de autoridade paterna, pornografia, droga, etc. Enfim: “faço o que bem entendo” e é “proibido proibir”. Só há uma solução para transformar essa onda suja em manancial de vida plena: a graça divina, porque: “é dever permanente da Igreja perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho” (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 4). O “homem novo” só pode ser gerado pela graça santificante, que o torna semelhante a Deus. Os fatores histórico-culturais, por mais poderosos que sejam, não podem mudar a natureza humana; podem elevá-la ou degradá-la, mas não alteram na sua essência íntima. A revolução sexual – que está em plena efervescência, com lobbies de pequenos grupos de militantes bem organizados e financiados, favorecidos por políticas e pela mídia -, corroborada pelas teorias ateia-materialista, pretende induzir a humanidade a considerar que a felicidade está no extravasar dos instintos, principalmente o sexual, libertando-se de toda moral religiosa. Para isso, é necessário abolir a família tradicional e criar instrumentos sociais e jurídicos para a permissão de qualquer união, também a homossexual. E ainda que pareça um exagero, mas não o é, isso pode chegar – num futuro não muito distante - à aprovação da união com os animais.
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AutorPadre Ricardo Leão. ArquivosCategorias |