A Igreja não é um lobby cultural que propaga uma ideologia, mas uma instituição de origem divina, fundada por Jesus Cristo com o fim de ser guardiã da Verdade revelada e de conduzir, sob a assistência permanente do Espírito Santo, cada ser humano ao encontro feliz com o Pai.
Posto que alguém só pode caminhar numa direção se tiver convicções íntimas de que esse é o Caminho certo, convicções que afetam a sua vida privada cotidiana, a Igreja tem o dever e o direito de dar orientações para essa vida, com o risco de não cumprir a sua missão. É claro que há casos em que, pela complexidade da vida, um indivíduo ou grupo de indivíduos se veem na impossibilidade de seguir certos preceitos gerais. Mas as eventuais exceções não só não anulam a regra geral como a confirmam. Há atos que são intrinsecamente maus e sempre o serão, independentemente da intenção de quem age e das circunstâncias (cfr. Papa São João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis Splendor n. 80). Mas a moral católica, sabiamente, leva em consideração, para cada caso concreto, os fatores agravantes, atenuantes e dirimentes. Devemos respeitar sempre a liberdade das pessoas agirem e pensarem de acordo com a sua consciência. Porém o fato é que ninguém é criador e nem árbitro da lei moral e, mesmo que tenha a reta intenção de atuar de acordo com a norma objetiva, no entanto, ninguém possui uma consciência infalível e nem uma vontade impecável. Por isso, é lógico que, quem pensa ou atua de um modo contrário a moral objetiva, deva ser alertado e ajudado a mudar de ideia e de conduta para que esteja de acordo com a lei de Deus (cfr. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, n. 50). E isso mesmo que não entendam ou compreendam a lei. Fato que pede, hoje cada vez mais, investir na formação das consciências. As cordas que atam o alpinista e seus companheiros para ascenderem ao cume almejado não cerceiam a sua liberdade, mas os ajudam de modo eficaz a alcançarem o seu objetivo, além de servirem como instrumento de segurança. Assim como os ligamentos quem unem as partes do corpo são fundamentais para que o indivíduo seja ágil e desenvolto seus movimentos (cfr. Venerável Pio XII, discurso de 22.IV.1942) “O homem não poderá encontrar a verdadeira felicidade, à qual aspira com todo o seu ser, senão no respeito pelas leis inscritas por Deus na sua natureza e que ele deve observar com inteligência e com amor” (Papa Beato Paulo VI, Carta Encíclica Humanae vitae n. 31).
0 Comentários
Enviar uma resposta. |
AutorPadre Ricardo Leão. ArquivosCategorias |