Embora o fenômeno de contracepção existe desde os tempos antigos, a invenção da pílula anticoncepcional nos anos 1950 induziu muitas pessoas a separarem o aspecto unitivo do procriativo na relação sexual (cfr. Papa Beato Paulo VI, Carta Encíclica Humanae vitae n. 12).
Nós vivemos em uma sociedade onde a sexualidade tem sido banalizada e onde a fecundidade - famílias numerosas – é vista com desconfiança. A criança não é considerada um dom de Deus, mas um direito individual que pode ser acessado por qualquer meio, como acontece com a inseminação artificial. Existe um tipo de esquizofrenia na sociedade moderna que a de, por um lado, colocar todos os meios para controlar os nascimentos, inclusive com políticas impostas injustamente, especialmente nas classes mais humildes: esterilização, distribuição de contraceptivos e denigração das grandes famílias; e por outro lado, especialmente em pessoas com boas condições econômicas, a de pôr todos os meios para se ter um filho, utilizando métodos de fertilização artificial que rebaixam a dignidade da pessoa humana, do casamento e, acima de tudo, da criança, que tem o direito de ser concebida no ventre materno e de ter um pai e uma mãe que ela saiba com clareza que se uniram em matrimonio. Além disso, em quase todas estas técnicas, sempre se escolhe, para a implantação, os embriões congelados em melhor estado, descartando (abortando) os outros. O desafio aqui é incutir nas consciências o valor da paternidade e da maternidade, que cada filho é um dom, que Deus é sábio e providente, e que é necessário praticar a generosidade em renunciar aos confortos supérfluos a favor dos filhos. (cfr. Relatio Synodi, n. 57 e 58).
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AutorPadre Ricardo Leão. ArquivosCategorias |